terça-feira, 24 de abril de 2012

The Only Exception por @TayloversBrazil - #Capitulo1 WolfFic







Era um dia nebuloso... Como todos os dias nesse maldito lugar.
Eu estava no banco de trás do carro fingindo estar dormindo, apenas ouvindo a conversa dos meus pais, e ouvindo o barulho da chuva que batia contra o vidro do carro.



Era sempre assim aqui: Chuva, chuva e mais chuva.
Nem preciso dizer que eu odiava esse lugar, não é?

– É uma pena Evelyn estar dormindo o caminho inteiro e perdendo toda a vista. Forks não é linda? – Dizia a minha mãe para o meu pai. Eu não achava nada linda. Não dava pra ver nada no céu além de cinza. Parecia um fúneral eterno.

– É sim querida... Mas ela vai se acostumar com a viagem. Depois o resto... Vemos depois. – Disse o meu pai. Eu não sabia o que ele queria dizer com ‘o resto’. Eu nunca sabia das coisas, e como era filha única, sempre era a ultima, a saber. Isso é, quando eu ficava sabendo.

– Verdade. Ela não queria vir aqui nem a viagem, imagina como ela ira reagir quando souber que nos mudaremos para cá em breve... - minha mãe suspirou e eu estremeci - com o tempo ela se acostuma...

Dei um pulo do banco de trás.

– O QUE?! COMO É QUE É?! VAMOS NOS MUDAR PARA ESSE LUGAR INFERNAL?! – Eu sabia que havia algo a mais quando minha mãe disse ‘Vamos apenas passar uns dias em Forks’

– Iriamos te contar em breve, Evelyn... – Começou minha mãe com toda aquela sua calma.

– Sim, claro, quando tudo já estivesse pronto, certo?! Por que sou sempre a ultima, a saber, das coisas por aqui?! Serio! Eu não acredito que fizeram isso comigo! Temos uma vida tão perfeita em Los Angeles! ... Isso só pode ser brincadeira...

Meu pai perdeu a calma

– Eu tenho uma novidade pra você mocinha: Eu e sua mãe não somos obrigados a te contar nada! Vamos nos mudar para Forks sim e por que queremos! E você não tem escolha! Então você pode ficar quietinha e curtir a viagem!

E foi o que eu fiz. Me afundei mais no banco, coloquei os fones de ouvido e coloquei meu capuz do casaco a fim de não chorar. Eu não entendia: Nossa vida era perfeita! Completamente perfeita! Para que eles queriam se mudar? Pensamentos muito ruins passaram pela minha cabeça: Por que algo trágico não poderia acontecer e me tirar desse inferno?

Foi quando finalmente peguei verdadeiramente no sono e comecei a cochilar.

(...)

Acordei com uma gritaria do meu lado. Minha vista estava embaçada, mas percebi uma grande multidão em volta do carro.

– A garota esta viva! Levem a para o hospital! Rápido!

Eu não estava entendendo nada. Braços estavam me tirando para fora do carro. Sangue escorria pela minha testa, meu corpo todo doía como se estivesse quebrado. Minhas pernas tremiam e minha cabeça pesava muito. Meus braços sangravam e pareciam moles.

Olhei rapidamente para a parte da frente do carro, onde meu pai e minha mãe estavam. O vidro não estava lá. Fora completamente estilhaçado. Meus pais não estavam lá também, mas havia muito sangue nos bancos.

Me deitaram em uma maca e prenderam meu pescoço. Eu ainda não entendia nada. Não havia caido a ficha de que eu estava num acidente de carro, foi tudo muito rápido.

Uma mulher morena e gordinha que me prendia na maca me olhou com preocupação

– Como se sente querida?

Eu não conseguia falar direito. Estava em choque processando as informações. Olhei para o lado e vi um enorme caminhão bem em frente aos destroços da parte da frente do carro dos meus pais. A parte da frente do carro não existia mais. O caminhão era muito grande e acabou por completo com o carro. Eu não fazia a mínima ideia de como sobrevivi.

– O-Onde estão meus pais?

A mulher me olhou cabisbaixa e não respondeu.

– Levem a para ambulância! - Ordenou aos para-médicos

Era mais do que óbvio para mim. Meus pais estavam mortos.

(...)

Uma semana se passou. Tudo de ruim havia acontecido e o pior já havia passado. Quer dizer... quase todo pior.

Eu não tinha ninguém. Ninguém mesmo.

Meus pais, quando adolescentes, fugiram para se casarem. Simplesmente fugiram. Abandonaram tudo o que tinham em Carolina do Norte e se mandaram para Los Angeles. Depois de um tempo, se casaram em Las Vegas e depois de mais um tempo eu nasci. Eu simplesmente não tinha parentes nenhum! Meus pais eram uns loucos, isso sim.

Eu já estava conformada com a morte deles, mas o que me preocupava era com quem eu ficaria. Eu era menor de idade, tinha apenas 16 anos e provavelmente iria para um orfanato. E tudo por que meus amados e falecidos pais inventaram de virem para esse lugar infernal chamado Forks!

Eu logo ficaria boa e sairia desse hospital que era um inferno e iria diretamente para um inferno pior. E pensar que a uma semana eu tinha a vida perfeita em Los Angeles...

Fechei os olhos para me aprofundar nas lembranças. Cada sorriso, cada imagem, cada momento de felicidade da minha vida se passava na minha cabeça como flashes. Como fotografias que nunca existiram, do meu pai sorrindo me ensinando a andar de bicicleta aos meus quatro anos, enquanto minha mãe dizia "Força nos pezinhos, Evelyn! Você não vai cair!". Eu lutava para me manter equilibrada, mas quando tombava e quase caia, lá estavam os braços do meu pai, como mágica, para me impedir de cair. Quando dei por mim, já estava chorando, e o doutor Carlisle (Que mais parecia um galã de novela das 20:00) entrou no meu quarto.

– Me desculpe... – Ele olho meu nome na ficha - Evelyn! - Ele deu um lindo sorriso, de matar solteironas - Eu estou atrapalhando algo? Me desculpe mesmo...

Eu sorri

- Sem problemas, doutor. É só...

- ... saudades - Ele completou

- Isso...! - Sorri um pouco

- E como se sente, em relação a dores físicas? - Ele perguntou, checando alguns aparelhos

– Infelizmente, meu braço ainda esta quebrado...

Ele deu meio que um sorriso e se sentou numa cadeira ao lado da minha cama e examinou o gesso novamente.

– Sente o braço latejando, coçando ou formigando? – Ele perguntou ainda examinando

– Não doutor... as vezes, apenas dores – Eu detestava ter que dizer isso. Me fazia parecer uma velha reclamona.

– Você vai ficar bem Evelyn, não se preocupe. Qualquer anormalidade, pode me chamar  – Ele disse por fim

Ele se levantou da cadeira e estava indo em direção a porta.

– Doutor... – Eu não queria falar com ele sobre isso... mas eu precisava.

– Sim Evelyn? – Ele se virou para me olhar.

– Eu não tenho família nenhuma... eu vou ser encaminhada para um orfanato certo...? – Aquilo soou um pouco 'coitada' demais pro meu gosto.

O doutor Carlisle me olhou de uma forma estranha, parecia magoado, uma certa compaixão no olhar. Depois de um tempo, ele me olhou nos olhos com aqueles seus olhos estranhamente amarelados e disse por fim:

– Eu não sei ao certo, Evelyn, mas vou fazer o possível para que tudo fique bem, certo?

– Certo. – Eu disse por fim.

Ele saiu do meu quarto e eu liguei a TV. Eu estava sozinha e entediada.

(...)

Eram umas seis da tarde quando me levantei da cama e fui pelo corredor do hospital em direção ao banheiro.

O corredor estava vazio. Mas depois da esquina do corredor haviam algumas pessoas conversando, provavelmente naquele lugar para ser algo particular. Mas eu precisava passar por ali para ir ao banheiro, mas também seria grosseria eu simplesmente passar como se não houvesse nada.

Me escondi em outro corredor a fim de esperar as pessoas que estivessem a passar e eu seguir meu caminho até o banheiro, mas inevitavelmente eu ouvi a conversa.

– Você está louco Carlisle?! Nem conhecemos essa garota, e ainda mais uma humana! Ela nem esta morrendo... – Dizia uma voz feminina irritada.

– Eu não posso deixá-la ir para um orfanato! Ela não tem ninguém Rosalie, Ninguém! E depois, se ela quiser, podemos transformá-la... – Eu reconheci essa voz... era do doutor Carlisle.

– Carlisle esta certo Rose... – Outra voz aveludada e masculina disse.

– Edward, não temos nada a ver com a vida dela! Não podemos simplesmente convencê-la de morar conosco e depois transformá-la sem o mínimo motivo! – A tal Rosalie continuou

– Vamos resolver isso em casa esta certo?! Vou perguntar a Esme o que ela acha. – Continuou Carlisle

– Qual a idade dela, Carlisle? – Perguntou a voz do tal Edward

– A mesma de Renesmee, 16.

Não era possível, eles estavam falando de mim!

Esse tal Carlisle queria me adotar, era isso?

E o que eles estavam falando sobre ‘transformação’?

E por que a mulher disse que eu sou ‘humana’? Por acaso ela não é?

Resolvi segurar a vontade de usar o banheiro e voltei para o meu quarto confusa.

Esse povo parecia muito estranho. E eu não sabia o que era pior: Viver num orfanato ou ir para a casa deles. Droga! Eu estava com medo deles.

Eu estava confusa. Não sabia o que iria acontecer comigo. Eu não sabia se isso seria pior que ir para o orfanato.

(...)

Passou mais uma semana e em dois dias eu teria alta. Não toquei mais no assunto com o doutor Carlisle e fingi que não havia ouvido nada naquele dia.

O doutor entrou no meu quarto para mais uma consulta diária

– E então Evelyn, como se sente hoje? Animada para ter alta? - Ele disse com um tom animado... típico d fim de semana

– Na verdade, estou preocupada para onde eu vou. Tem certeza que não sabe de nada? Quer dizer, o conselho tutelar não passou? - Fui sutil, direta e sincera.

O doutor se sentou na cadeira do meu lado e falou

– Não, eu não sei Evelyn, sinto muito. Mas eu precisava falar com você... mudando de assunto

Eu gelei. Acho mesmo que ele iria me convidar para morar com a família dele.

– Sim? – Respondi

– Eu queria saber se não gostaria de almoçar com a minha família amanhã... é claro, se quiser...

Eu não sabia o que responder. Era óbvio que era sobre o assunto da minha adoção.

– Há algo que eu precise saber doutor? – Eu perguntei

diretamente desconfiada.

– Na verdade... sim – ele respondeu. – Como sabe... agora que você esta órfã, você terá que ir para um orfanato, mas, eu e minha família queremos que venha morar conosco. Queremos... adotá-la

Eu estremeci. Ele foi claro e direto.

– Não, isso é loucura... - percebi que havia sido ofensiva - digo... por mais que eu não queira i para um orfanato, eu não quero ser um incomodo...

– Acredite, não vai ser incomodo nenhum! Venha conhecer minha família amanhã e você verá! Depois... a escolha será sua! – Ele disse encorajando.

Fiquei pensando por alguns segundos... que mal faria? Minha vida foi destruída! Agora qualquer coisa seria melhor que ir para um orfanato. Eu já tinha a minha resposta...

– T-Tudo bem... eu acho... - Eu disse insegura

O Doutor sorriu satisfeito, e por um instante eu senti confiança paterna naquele sorriso, e o medo se foi.

- Nós, os Cullens, teremos prazer em recebê-la, Evelyn - ele sorriu novamente, beijou minha testa e se levantou. - Venho te buscar amanhã, mais ou menos nesse horário. Fique pronta. Até amanhã Evelyn - Ele saiu com aquele sorriso gentil no rosto

"Que coisa embaraçosa!" - pensei
"Eu, a pobre órfã coitada, visitando a família do bom e estranho médico que cuidou de mim nas ultimas semanas, pronta pra ser adotada por tais estranhos. Obrigada Forks! Merda de lugar!"

Fui dormir lamentando minha existência. Eu teria um longo dia no dia seguinte.


Todos os capítulos já postados Aqui!!!   
Sempre que os capítulos tiverem vários comentários postaremos capítulos mais.
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