segunda-feira, 30 de abril de 2012

Get Naked by @BlackwolfGirl #One-shot #Parte2




Entrei devagar e segui o barulho do chuveiro quente. Deparei-me com uma linda cena: a fumaça da água quente fazia uma nuvem de vapor ao redor do corpo nu de Lunna. A silhueta dela demarcada, mostrando as curvas do seu corpo e os seus movimentos leves ao tirar o xampu de seus cabelos me fizeram ficar ainda mais louco. Mordi meus lábios em sinal de desejo por ela. Então eu tomei uma atitude...

Get naked, get naked, get naked, get naked
Take it off, take it off, take it off, take it off
Fique nu, fique nu, fique nu, fique nu
Tire sua roupa, tire sua roupa, tire sua roupa, tire sua roupa

Tirei minha camisa e os sapatos, depois a calça e a cueca. Fui me aproximando, abrindo caminho por entre a fumaça do banheiro e senti o cheiro que vinha de lá, dos seus produtos de beleza. Cheirosa! Gostosa!
Ela não percebeu minha entrada. Estava de costas, com as mãos apoiadas na parede e o pescoço caído pra frente, relaxando com a água deslizando em seu pescoço e que descia contornando suas formas, em direção aquele bumbum exuberante.
Devagar fui chegando, encostando. Meu membro estava duro e latejante, pronto para invadir aquela minha ilha de desejo chamada Lunna. Toquei sua cintura e ela se assustou, claro. Ela virou-se rapidamente com os olhos arregalados e prontos para gritar, mas quando viu que era eu calou-se. Não se envergonhou da situação, como outra garota poderia ter feito. Na verdade, não parecia entender o que eu fazia ali...
- O que você faz aqui?
- Você sumiu.
- E daí?
- Daí que eu vim te procurar.
- Eu não quero ser achada.
- Ah, não?
Agarrei-a forte contra o meu peito e, debaixo do chuveiro, a fiz me olhar dentro do olho, apertando-a, fazendo-a sentir o meu pau clamando por seu corpo. Ela tentou me empurrar, lutar contra mim, e ela era bem forte. Quase conseguiu se desvencilhar, mas quando a segurei pelos cabelos percebi que ela havia se lembrado daquela noite.
Encostei-a na parede e a beijei. Fiz com que ela de desfalecesse em meus braços ao toque dos meus lábios, nossas peles roçando e meu membro duro exatamente onde deveria estar. Depois virei-a de costas e comecei a morder seu pescoço e ombros, deslizando minhas mãos pelos seus seios, apertando levemente e acariciando seus mamilos. Ela gemeu intensamente enquanto se apoiava na parede. Fazia pressão em suas costas, roçando meu pau duro em seu traseiro. Minhas mãos passeavam também pela sua barriga até que cheguei aonde eu queria: sua intimidade.
Senti seus pelos em meus dedos e os acariciei levemente, sentindo seu corpo tremer. Minha mão era suficientemente grande para envolver toda aquela flor e eu a toquei por fora para deixá-la tão louca quanto eu estava. Alcancei seus lábios com os meus e a beijando comecei a masturbá-la. Ela gemia e tremia em minhas mãos. Eu não conseguia parar com aquilo. Vê-la se desmanchar em minhas mãos era mais do que eu poderia imaginar.
Ela virou-se de frente para mim e me beijou mais forte. Estávamos explodindo de tanto tesão. Nossos gemidos eram altos, fortes e excitantes. De pé, levantei-a e fiz com ela me abraçasse com suas pernas e coloquei meu membro dentro de sua vagina. O encaixe não poderia ter sido mais perfeito. Mesmo com tudo ali escorregando conseguimos nos movimentar de forma satisfatória. Eu entrava e saia de dentro dela enquanto ela puxava meus cabelos com força, ora me olhando com aquela cara de prazer, ora me beijando loucamente. Quando chegamos ao orgasmo estávamos com os rostos colados, nos olhando, um vendo a cara do outro de prazer.
Foi perfeito! Foi de enlouquecer. Olhei pra ela e disse:
- Siga-me!
- Está bem...
Vestimos-nos ainda molhados. Coloquei as coisas dela jogadas mesmo dentro da bolsa que ela trazia e sai puxando-a pelo braço até o meu carro. Ela olhou pro dela e balançou a cabeça, com um sorriso meia boca. E era a primeira vez que eu via aquele sorriso. Era muito bonito.
Entramos e seguimos para um hotel de luxo que ficava um pouco distante dos olhares curiosos. O local era discreto e eu era amigo do dono. Aquela mulher merecia um quarto de rainha.
Do carro liguei e fiz uma reserva em nome de Jack Black (esse era meu codinome pro gerente do hotel). Entramos pela garagem, onde já tinha um funcionário a minha espera. Ele nos levou até o elevador reservado até a suíte presidencial da cobertura.
Mal fechei a porta já fomos nos agarrando, nos beijando, explodindo em paixão. Sarramos atrás da porta do quarto, deixando nossas mãos pegarem em todas as partes dos nossos corpos. Ela não parava: apertava-me inteiro a ponto de me machucar, mas eu não sentia dor, eu sentia prazer.
A coloquei em meus braços e a deitei na cama. Tirei de novo toda a minha roupa e despi-a delicadamente de tudo o que a cobria. Deitei-a e peguei uma garrafa de champagne que estava em cima da mesa de cabeceira. Abri a garrafa e, em vez de colocar nas taças, fiz questão de beber tudo no próprio corpo dela. Despejei em seus seios e os lambi vorazmente. Ela gemia e me segurava, pedindo mais. E eu dei mais o que ela queria. Derramei mais líquido em sua barriga e fui bebendo, lambendo tudo o que eu podia. Ela me olhou e, entre gemidos disse:
- Estou louca de vontade de sentir a sua língua em mim...
Sorri malicioso e derramei o líquido em seus pelos pubianos e bebi... Bebi o mais delicioso champagne que poderia existir. Quanto mais eu derramava e lambia, mais ela gemia e pedia que eu a possuísse com minha língua.
Larguei a garrafa no chão e ajoelhei-me na cama. Coloquei um travesseiro nas costas dela, na parte dos ombros e elevei seus quadris apoiando-os em meu peito. Enterrei meus lábios naquela buceta linda e gostosa e comecei lambendo a parte de fora. Ela era depilada na parte de baixo. Era tão lisinho, tão macio que eu não conseguia parar de lamber e morder os lábios externos. Só que o cheiro gostoso que ela exalava me chamava para ir mais fundo e eu não pude mais esperar. Toquei seu clitóris com a ponta da língua. Ela deu um gemido alto de satisfação, dizendo:
- Isso mesmo, menino mal! Quero tudo o que você puder me dar com essa boca gostosa...
Então, com movimentos circulares explorei aquele ponto de prazer. Girava de leve e depois rapidamente. Depois fiquei a sugar o clitóris, alternando com leves toques do meu nariz e mordiscadas. Penetrei-a com a língua, tocando suas pernas e seu bumbum, ouvindo seus gemidos, vendo-a tocar e apertar os próprios seios, lamber e morder os próprios lábios, até entrar em desespero total. Estava gozando com o aquela sessão gostosa de sexo oral. Ela se contorcia, tremia completamente entregue a mim.
I understand, that you don't got no plan
And I just want to take your hand
And I need you to understand
That I got everything perfectly more than you want
If I get it all inside work that body
(You got it)
Whatever you want, oh
We got it
Eu percebo que você não tem plano algum
E eu apenas quero pegar sua mão
E eu preciso que você entenda
Que eu tenho tudo perfeito, mais do que você quer
Se eu colocar tudo dentro, mexa esse corpo, pegue tudo
(Você entendeu)
O que você quiser, oh
Conseguimos

Após o prazer ela me olhou. Levantou-se devagar e sensualmente. Saiu da cama e caminhou até o pequeno frigobar. Abaixou-se, empinando seu bumbum diretamente para mim. Aquela visão era o céu. Ela gostava de me provocar, sabia me provocar (e quando fazia essas coisas o meu pau ficava mais rígido, parecendo que iria explodir).
Fiquei feito um bobo olhando praquela bunda toda e os “detalhes” apontados para a minha direção. Ela pegou alguma coisa lá e virou-se. Olhou-me com cara de safada e fez sinal de “vem cá” com os dedos pra mim. Apontou pro sofá e me mandou sentar. Obedeci!
Sentei numa posição em que ela parecia ser bem mais alta que eu. Seus seios vistos de cima pareciam mais atrativos, como um ímã para as minhas mãos. Até tentei tocá-los, mas não permitiu. Eu ainda fiz cara de pidão, mas não deu certo.
Lunna virou-se, foi até sua bolsa e tirou algo branco de lá. Também pegou as coisas que tirou do frigobar e voltou. Ajoelhou-se na minha frente e começou a usar técnicas que eu nunca imaginei que existissem.
Primeiro Lunna me presenteou com seus beijos deliciosos, porém, sem permitir que eu a tocasse (quando tentei, ela logo me afastou). Suas mãos estavam tocando minhas coxas, apoiando o peso do seu corpo. Ela terminou o beijo e sentiu o calor da minha pele, alisando minhas pernas lentamente. Comecei a ficar arrepiado com aquilo. Estava ansioso.
Ela abaixou-se e pegou a coisa branca que tirou da bolsa. Um colar de pérolas. Um colar de pérolas? Como assim? Lunna começou a massagear delicadamente meu pênis com a jóia e a sensação era indescritível. Seja lá o que fosse eu estava completamente paralisado com aquilo. Era sensacional! Eu olhava pra ela impressionado e ela me devolvia olhar com certo mistério. Lunna era concentrada e dedicada até nisso.
Depois ela mudou. Pegou dentro do copo uma pedra de gelo. Começou a passar em seu pescoço, me olhando. Depois fechou os olhos e desceu a pedra por entre os seios, me deixando latejando de tesão. E eu só olhava, com meu coração batendo acelerado e quase saindo pela boca. Ela também deslizou a pedra nos bicos dos seios, gemendo baixinho. Depois subiu e deslizou a pedra nos lábios, colocando na boca logo em seguida. Ficou com ela ali e alguns segundos e depois, quando eu pensei que nada mais me surpreenderia naquela noite, Lunna me “frustrou”.
Com a pedra ainda na boca ela massageava meus testículos com carinho. Segurou meu pênis firmemente, tirou o gelo da boca e envolveu meu membro dentro de sua boca gelada. Eu gemi tão alto que pareceu um grito de dor. Lunna estava me sugando e o toque de seus lábios e língua gelados intensificava as sensações do sexo oral que ela fazia ali tão divinamente. Ela me olhou e viu o quanto eu estava louco. Sorriu, chupou um pouco mais a pedra e voltou a me sugar. Fazia o movimento com ajuda das mãos: uma no pênis, a outra massageando meus testículos. Chupou mais um pouco o gelo e presenteou minhas “bolas” com belas e deliciosas chupadas. Era surreal.
Ela continuou a me chupar daquele jeito gostoso, me deixando cada vez mais excitado. E quanto mais ela me sugava, mas ela também se excitava. Ela olhava pra mim, olhava pro meu membro e caia de boca, louca. Era como se fosse um sorvete gigante e ela uma pessoa que há anos não experimentava um.
Eu não via a hora de penetrá-la de novo. Segurei-a e a fiz levantar-se.  Trouxe-a pra perto de mim. Ela se ajoelhou no sofá, abrindo as pernas e sentando em minhas coxas. Posicionei-a de forma confortável e em seguida penetrei-a. O encaixe, mais uma vez, foi perfeito. Ela rebolava, cavalgava no meu pau. Eu a puxei pra mais perto e comecei a sugar seus seios loucamente. Arranhava suas costas e a fazia sentir a pressão que eu trazia no meio nas minhas pernas.
Ela gostava daquilo, ela gostava de ser penetrada por mim. Seus olhos diziam isso. Seus gemidos, seu corpo suado e trêmulo confessavam o desejo que ela sentia. Segurei forte seu quadril e continuei a fazê-la cavalgar. Era gostoso, quente, apertado. Ficamos naquela dança sentindo nossos cheiros e fluidos se misturarem por um bom tempo.
De repente Lunna parou e se levantou. Tirou-me do meu conforto, ajoelhou-se de frente pro sofá e me olhou mais safada ainda. Queria que eu a penetrasse de costas. Ela estava de quatro, com a bunda virada pra mim de novo. Ah, aquilo me deixava quase sem ar. Não pensei mais e coloquei tudo dentro dela.
- Meta com força!
Foi o que ela disse e eu obedeci. Meti gostoso e fui intensificando, até chegar aonde ela queria que eu chegasse. Força e mais força, mais e mais profundo. Ela gemia alto, forte, e pedia mais, pedia que eu metesse tudo, que eu fosse o homem dela. Eu não agüentava mais. Ela também não. Gozou gostoso, alto e bem molhada antes de mim. Mesmo gozada ela queria que eu continuasse metendo. Ela implorava. Continuei até que gozei em seguida.
Minhas pernas tremiam. Ela estava visivelmente cansada, mas realizada. Mesmo cambaleando a levei até a cama.
Depois fui ao banheiro e preparei um banho quente pra nós dois. Deitamos na banheira, relaxamos e trocamos beijos carinhosos e algumas sessões de toques.
Em seguida deitamos de conchinha e tivemos uma excelente noite de sono. Aquela seria uma noite pra nunca mais ser esquecida.
*  *
Acordei com o celular tocando. Estava cansado, com muito sono. Quase não consegui abrir os olhos. Vi que era o Kellan me ligando e não atendi. Aquele não era o momento pra fofoca.
Tateei a cama e... ELA NÃO ESTAVA LÁ! Pulei da cama e corri pro banheiro. Ela não estava lá também. Olhei pra tudo que era lado e nada.
- MAS QUE MERDA!!!
Chutei minhas roupas e quase quebrei um vaso. Nunca pensei que fosse ficar tão irritado com uma pessoa como eu estava com a Lunna. Depois de toda aquela noite louca e inesquecível a infeliz some? O que ela tem na cabeça?
Liguei pra recepção e ninguém soube me dizer uma palavra. Procurei algum papel, algum sinal dela e também não tinha nada.
Puto eu fui embora. Passei em frente ao estádio e o carro dela não estava lá. Fui à academia e nem sinal também. Perguntei ao Sr. Carter aonde ela dava aulas e ele disse que não sabia. Pedi o telefone dela, e ele me disse que não poderia dar essa informação. Insisti, mas não teve jeito. Eram as regras do lugar.
Decidi procurar em cada escola daquela cidade imensa, mas lembrei que era um maldito sábado. Gritei com raiva dentro do carro, dei socos no painel e quebrei a merda do meu som.
Mas se ela pensava que eu iria desistir, ela estava enganada. Com a ajuda do Kellan (que me fez contar pra ele, pro Jack e pro Rob onde e com quem eu passei a noite) consegui umas listas telefônicas e começamos a ligar pra tudo quanto era escola da cidade. Eram muitas, muitas escolas, mas conseguimos encontrá-la.
Fui até a Saint Claire High School, uma instituição privada, e consegui falar com um dos diretores. Ele me informou que ela estaria lá apenas na segunda-feira e, como de praxe, se negou a me dar seu telefone ou endereço. Que mulher difícil era aquela. E por que ela agia assim? O que eu fiz de errado?
Voltei pro hotel chateado demais. Tomei um banho e pedi meu jantar, mas não consegui comer. Os caras foram dar uma volta pela cidade e me chamaram. Eu fui, mas sem muita vontade de farrear.

- Vamos lá Taylor, hoje é você quem manda! – disse Rob.
- Você é o nosso herói! – completou Jack.
- Vamos beber hoje em sua honra. – disse Kellan.
- Comemorem a vontade. Vou ficar só olhando. – disse eu.
- Como assim “só olhando”? – questionou Jack.
- Ah cara... Acho que fiz algo de errado. Não é normal mulher fugir assim, ainda mais depois do que aconteceu ontem. – falei.
- Nossa! Desse jeito me sinto uma mulherzinha, louco pra saber dos detalhes. – riu Jackson.
- É, morra! Eu não vou contar! – respondi sério.
- A gente imagina não se preocupe. Não é tão difícil assim vindo daquela deusa e também pelo seu estado deprimente... – falou Kellan.
- Quer apanhar, rapá? – disse eu olhando sério pra ele.
- É brincadeirinha, doggy-doggie! – acalmou-me Kellan, mesmo usando esse apelidinho ridículo que ele me deu.
- Acalme-se, rapaz! Hoje a gente sai, comemora sua vitória, e na segunda você vai procurá-la. Simples! – disse Rob – basta você ser um pouco mais paciente.
- É isso aí! Eu concordo. – disse Jack.
- Então, aonde vamos? – Kellan perguntou.
- Tem um bar na orla, vamos conhecer? – sugeriu Rob.
- Eu topo! Beber perto do mar é sempre muito interessante. Nunca se sabe quando podemos precisar de uma areia fofa e de água quente. – riu Jackson.
Fomos até o tal bar. Era tranquilo, sem muita movimentação, ideal pra gente que queria calma, sossego e nada de atenção. A decoração era havaiana, com as paredes de vidro de frente pro mar com descida pra praia. Era como Jackson havia falado, caso precisássemos de um lugar pra “se alterar”.
Sentamos numa mesa de frente pra vista. Pedimos algumas cervejas e petiscos. Conversamos um bocado sobre trabalho e sobre os treinamentos pras cenas de ação que viriam. Os caras comentaram também sobre seus casos amorosos, menos o Robert, que não gostava de falar da Kristen em público (mesmo estando somente nós ali. Nunca se sabe quem pode estar ouvindo).
Quando a bebida estava em alta concentração em nosso sangue o Jack sugeriu descermos, e foi o que fizemos. Fomos até a praia, tiramos os sapatos e sentamos lá. Ficamos bebendo e jogando conversa fora, rindo feito uns idiotas, quase rolando na areia. Começamos a cantar umas canções inventadas pelo Kellan. Estávamos embriagados.
De repente eu vejo uma pessoa correndo na orla. Àquela hora? Bermuda branca colada, um casaco também branco, cobrindo a cabeça, de tênis e meias, os fios brancos do iPod pra lá e pra cá... O QUE AQUELA LOUCA FAZIA CORRENDO ÀQUELA HORA DA NOITE? Ela não nos viu. Sua concentração era uma característica muito forte.
Levantei rapidamente. Os caras não entenderam nada e ficaram observando, silenciando assim as risadas. Fui andando, tentando coordenar meus movimentos, até onde eu podia alcançar. Como estava desequilibrado pela embriaguez gritei:
- HEY!
Ela nem olhou. Claro! Estava com os ouvidos tampados. Corria e se distanciava ainda mais. O jeito foi correr também. Tentei me concentrar – não como ela – e fui! Corri até que eu a alcancei. Segurei-a e a derrubei no chão. Ela reagiu, levantando-se da areia e olhando pro seu agressor. Quando viu que era eu balançou a cabeça com ar de ironia e com raiva.
- Levante-se!
- O que? – perguntei.
- LEVANTE-SE! – ela disse mais alto e firme em seu tom de voz.
- Ok!
Obedeci. Quando de pé fiquei, levei um empurrão e quase cai de novo. Ela ficou me empurrando com força e me dando tapas, o que me fez sair do estado de embriaguez. Só parou porque eu segurei seus braços com força.
- Qual é o seu problema? – ela gritou.
- MEU? Eu que pergunto: qual o SEU problema? O que eu te fiz de mal pra você sumir desse jeito, sem me deixar pistas?
- Você já teve o que queria agora me deixe em paz! – falou Lunna.
- Como assim? Quem tipo de homem você pensa que eu sou?
- O tipo que paquera uma garota e anuncia pro mundo inteiro que é um pegador.
- Você está falando da revista?
- Claro que eu to falando disso, ou o que?
- Não fui eu quem fez aquilo. Pensei que você fosse esperta o suficiente pra saber disso.
- Isso não me interessa. Estou trabalhando duro em meus treinos, quero ganhar essa corrida e não vou permitir que um envolvimento com você estrague tudo.
- Ahn?
Finalmente eu entendi o motivo daquele comportamento. Ela tinha medo do fato de que estar comigo pudesse prejudicá-la e isso era a última coisa que eu desejava.
- Você pode ser mais clara?
- Posso! Claro que posso! Venho treinando há meses, treinamentos intensos e exaustivos, até que você e seus amigos aparecem na academia. Até aí tudo bem, eu não tava nem dando a mínima para o que vocês são ou o que fazem. Mas então algumas pessoas descobriram que eu treinava no mesmo lugar que os grandes astros “blá blá blá” e começaram a me perturbar, me ligar, querendo saber o que eu sabia sobre vocês. Outras pessoas começaram a especular coisas sobre mim, sobre o que eu realmente estava fazendo ali. Eu não liguei até certo ponto, até que aquela maldita foto apareceu e o mundo inteiro caiu na minha cabeça. Tive que mudar todo o meu esquema de treinamento pra poder fugir disso, mas você me encontrou e o que eu sentia e o que era só meu de repente escapou do meu controle...
Ela falou isso tudo assim, rápido e raivosamente. Ela estava possessa, nervosa, colérica com a situação. Estava tudo muito claro.
- Então, quer dizer...
- O QUE? – ela gritou.
- Calma! Só quero saber de uma coisa...
- Então pergunte. – disse ela bufando, o que me deu até medo, mas eu estava curioso demais.
- Então quer dizer que... Bem... – eu parei, olhei pra ela, que me encarava séria e respirando fundo – você vai me achar um idiota por querer saber, mas...
- Para de enrolar!
- Ta! Desculpa... Só quero saber se você já tava me paquerando antes de eu te procurar. – era agora ou nunca.
Ela me olhou, depois olhou pros lados, revirou os olhos em sinal de ironia e respondeu:
- Eu te faço a mesma pergunta: Que tipo de mulher você pensa que eu sou? Você acha que eu sou como essas babaquinhas que te seguem e gritam pelo seu nome sempre que te vêem?
- Não é isso, é que eu...
- CLARO QUE EU TAVA TE PAQUERANDO, SEU IDIOTA! Seus amigos me secavam o tempo todo, mas eu tava afim de você. O grandão me viu te secando um dia, percebeu no ato quem me interessava.
Tentei chegar perto dela, mas ela se afastou. Continuou a falar...
- No começo eu tentei não pensar muito, não idealizar nada. Via vocês juntos e o pandemônio que a sua presença causava na academia todos os dias. Esse lance de fama, de gritaria, sabe? Isso é louco demais. Tem muita mulher no seu pé. Você podia se achar o cara mais gostoso do mundo. Poderia também pensar que eu era uma oportunista de estar ali sempre perto. Por isso que eu me fechei, me isolei completamente... – ela calou.
- Sim... Continue... – encorajei-a a continuar. Eu queria saber de tudo.
- Mas eu fui percebendo com o tempo que não era assim.  Vocês não eram o “bicho papão” que eu pensei que fossem. Estavam sempre rindo, brincando, sempre atenciosos e educados com as pessoas... Não havia estrelismo e nem deslumbramento... Mas também não queria ser mais uma figurinha no seu álbum, sabe? Já tinha decidido procurar outro lugar pra treinar, mas aí o grandão mandou um convite pelo Sr. Carter e eu resolvi pagar pra ver no que isso iria dar.
- Você se arrependeu?
- Sinceramente, eu não pensei nisso ainda. Estava focada nos meus treinos, na corrida que será em dois meses e de repente você me aparece e a gente faz o que fez...
- Do que você tem medo?
- De tudo! De você. Disso que aconteceu estrague meus planos. De parecer que sou uma oportunista...
- Pare com isso. Sabemos que você não é nada disso. – falei pra ela suplicante. Não queria que ela partisse.
- Mas o mundo não sabe. – ela foi enfática. O medo era forte em seu olhar, ao mesmo tempo em que existia também a dor de, quem sabe, desistir do que estávamos vivendo. – olha só... Eu preciso ir embora. Preciso pensar nisso tudo.
- Entendo... – respondi com certo pesar na voz, o mesmo que sentia dentro de mim.
- Se acaso se lembrar do que conversamos agora, me procure quando não estiver fedendo a cerveja.
Ela saiu na direção oposta a que vinha. Foi andando calmamente pela orla. Deu um sonoro “boa noite” aos rapazes, que responderam educadamente. Ela seguiu lentamente até sua silhueta desaparecer na escuridão. Voltei para onde estava...
- Nossa! Surpreendente! – disse Jack.
- Ouvimos tudo. Sorry! – disse Rob.
- As mulheres... Meu Deus... Elas são realmente muito especiais. E esse exemplar, nossa... – dizia Kellan, admirado – é realmente único.
- É o tipo de mulher a qual se vale à pena lutar. – disse sabiamente Rob.
- Isso é um conselho? – perguntei.
- Não! É uma ordem. – respondeu Rob.
Levantamos, pagamos a conta e voltamos pro hotel. Mal consegui dormir com as palavras de Lunna em minha cabeça. E quando peguei no sono sonhei com ela.
* *
Na segunda pela manhã eu fui até a escola em que Lunna dava aulas. Tentei ser o mais discreto possível pra não chamar a atenção dos alunos e nem do resto das pessoas. Fui até a sala do diretor, que mais uma vez me recebeu bem. Ele me mostrou a escola, falou um pouco da instituição e me levou até a sala de dança. Ela estava lá, linda e exuberante, vestida em um collant preto, meias de dança também pretas e descalça acompanhada de várias alunas entre seus 12 e 13 anos. Ela estava ensinando alguns passos praquela garotada toda. O diretor interrompeu a aula e a chamou:
- Srta. Benner?
- Sim, senhor diretor.
- Você tem visita.
Apareci discretamente pela fresta da porta. Eu nunca tinha visto a cara dela daquele jeito: era um misto de surpresa, timidez e até indignação. Pediu que as meninas continuassem dançando e rapidamente ela veio até mim.
- Pronto Sr. Murdock.
- Este rapaz te procura desde o sábado, mas como você sabe não podemos dar seu endereço sem sua permissão.
- Fez mais do que certo Sr. Murdock.
- Então, podem ficar a vontade.
- Obrigada!
O Sr. Murdock saiu, nos deixando a sós pra conversar. Ela me deu aquela fuzilada com o olhar e começou:
- Aqui na escola?
- Bom você não me deu seu telefone, nem seu endereço. Deu-me permissão pra te procurar, mas não me disse onde. Então eu vim pro lugar que eu sabia que te encontraria sem problemas e que eu sei que você não poderia fugir.
Ela me olhou com uma cara que eu nem sei descrever... YES! VENCI!
- Você venceu... – disse ela quase sorrindo – agora fala logo que eu tenho que voltar pra aula.
- Então... Eu vim aqui pra te dizer que tomei uma decisão muito, mas muito importante.
- Então fala logo. – disse ela ríspida, com medo do que iria ouvir.
- Bom naquele dia você mencionou que tinha medo de se envolver, que também tinha medo de que isso pudesse prejudicar a sua carreira...
- Sim... – disse ela fria, com os braços cruzados.
- Então eu pensei: “eu não quero prejudicá-la em momento algum ou por razão alguma. Ela não merece isso, já que trabalhou muito pra alcançar seus objetivos. Ela é uma lutadora, uma vencedora, não merece que uma aventura com um cara como eu estrague seu esforço”. Com base nisso foi que eu tomei uma decisão. – disse isso com meu peito apertado.
- E qual seria? – o tom de voz já não era o mesmo, parecia preparada para o pior.
- Bom... Acho que não vou querer desgrudar de você mesmo, o jeito vai ser a gente namorar.
A sua fisionomia mudou no mesmo instante. Relaxou, deu um sorrisinho disfarçado, olhou pros lados e, como naquela noite, começou a me dar tapas e empurrões, até que eu a fiz parar de novo.
- Qual é, Lunna...
- Precisava enrolar tanto? Eu posso ser cardíaca, sabia?
- Ah, se você fosse cardíaca não seria triatleta.
- É, mas bem que depois dessa eu poderia “virar”.
- E então?
- Então o que?
- Minha Santa Queropita! Você ouviu o que eu falei?
- Ouvi sim, mas tem uma condição...
- E qual é essa condição?
- Nada de mídia! Nada de exposição, pelo menos até depois da competição.
- Concordo!
- E mais uma...
- O que?
- Pede pros seus amigos pararem de ficar me secando o tempo todo. É muito chato ser gostosa, sabe?
Ao terminar a frase a safada estava morrendo de rir. Não resisti aquele sorriso e colei nela, dando-lhe um beijo. Ela me empurrou de leve, fazendo sinal de “não pode”. Eu concordei, mas logo em seguida propus...
- Bom, como SEU NAMORADO, acho que vou ter que coletar algumas informações importantes a seu respeito.
- Que informações?
- Seu telefone e endereço, primeiramente.
- Ah sim... Isso!
- Claro!
- Ok. – disse ela, me dando todos os seus dados, os quais anotei em meu celular – Satisfeito?
- Satisfeitíssimo. Passo na sua casa mais tarde, ok?
- Ok.
Dei-lhe um selinho demorado e afundei meu rosto em seu pescoço perfumado. Fui embora da escola feliz da vida. Liguei pro celular dela, pra confirmar seu número. Ela riu. Voltei pro hotel e lá contei a notícia aos rapazes. Eles ficaram felizes ao saber da novidade. O Robert tinha razão: era uma mulher a qual se deveria lutar.

Dois meses depois...

Los Angeles, EUA.
O sol estava quente demais naquele dia. As ruas estavam lotadas de gente de todas as partes do mundo, a maioria fãs do esporte e curiosos. Os atletas já estavam na terceira e última fase da competição: a corrida. Eram os últimos mil metros. Lunna estava concentradíssima, como sempre. Estava entre as cinco primeiras colocadas. Eu estava muito nervoso, com os pais da Lunna ao meu lado, que estavam também muito ansiosos.
Finalmente conseguíamos ver as atletas se aproximando nos últimos 300m. Foi então que percebemos que ela estava agora entre as quatro primeiras. Levantamos e começamos a gritar:
- Vai Lunna! Corre! Você consegue! Vaaaai!!!
Era só isso que conseguíamos dizer. De repente ela começou a acelerar o passo. Parecia muito cansada, mas tirava a força não se sabe de onde. Correu mais e mais e ultrapassou a garota que estava em terceiro. Vibramos e continuamos a gritar.
Nos últimos 100m ela conseguiu passar a moça que estava em segundo lugar. Infelizmente ela não alcançou a que estava em primeiro por muito pouco, mas estávamos muito felizes de ver que a nossa Lunna havia conseguido cruzar a linha de chegada em segundo lugar em sua primeira competição internacional.
Os pais dela choravam de felicidade e eu engrossei esse “caldo”. Eu estava muito orgulhoso da minha gata. Abraçamos-nos e pulamos muito. Lunna chorava de felicidade. Estava exausta, seu corpo demonstrava isso, mas estava realizada.
Olhou para todos os lados até nos encontrar. Jogou um beijo pro pai, depois um pra mãe e por último pra mim. Eu olhei todo bobo pra ela e joguei outro beijo de volta.
Na hora da premiação eu a surpreendi. Fui até o pódio e pedi permissão pra entregar aquela medalha, a primeira de muitas e a mais importante, a qual significava ser a sua primeira vitória. Quando ela me viu não acreditou. Todos os flashes estavam voltados para nós. Sorri, fui até ela, coloquei a medalha e tirei-a do pódio, dando-lhe um beijo na boca na frente do mundo inteiro. Ela não fez objeção, só me abraçou.
- Agora podemos parar de nos esconder?
- Só um pouquinho. – disse ela – eu gosto da discrição.
- Concordo. Parabéns! Você mereceu.
- Obrigada.
Abraçamos-nos e nos beijamos de novo. Depois saímos dali e comemoramos em família com os pais dela.
Foi a primeira de muitas corridas que eu acompanhei. Sentia-me, enfim, completo.

FIM




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