Entrei devagar e
segui o barulho do chuveiro quente. Deparei-me com uma linda cena: a fumaça da
água quente fazia uma nuvem de vapor ao redor do corpo nu de Lunna. A silhueta
dela demarcada, mostrando as curvas do seu corpo e os seus movimentos leves ao
tirar o xampu de seus cabelos me fizeram ficar ainda mais louco. Mordi meus
lábios em sinal de desejo por ela. Então eu tomei uma atitude...
Get naked, get
naked, get naked, get naked
Take it off, take it off, take it off, take it off
Take it off, take it off, take it off, take it off
Fique nu, fique nu, fique nu, fique nu
Tire sua roupa, tire sua roupa, tire sua roupa, tire sua roupa
Tire sua roupa, tire sua roupa, tire sua roupa, tire sua roupa
Tirei minha
camisa e os sapatos, depois a calça e a cueca. Fui me aproximando, abrindo
caminho por entre a fumaça do banheiro e senti o cheiro que vinha de lá, dos
seus produtos de beleza. Cheirosa! Gostosa!
Ela não percebeu
minha entrada. Estava de costas, com as mãos apoiadas na parede e o pescoço
caído pra frente, relaxando com a água deslizando em seu pescoço e que descia
contornando suas formas, em direção aquele bumbum exuberante.
Devagar fui
chegando, encostando. Meu membro estava duro e latejante, pronto para invadir
aquela minha ilha de desejo chamada Lunna. Toquei sua cintura e ela se
assustou, claro. Ela virou-se rapidamente com os olhos arregalados e prontos
para gritar, mas quando viu que era eu calou-se. Não se envergonhou da
situação, como outra garota poderia ter feito. Na verdade, não parecia entender
o que eu fazia ali...
- O que você faz
aqui?
- Você sumiu.
- E daí?
- Daí que eu vim
te procurar.
- Eu não quero
ser achada.
- Ah, não?
Agarrei-a forte
contra o meu peito e, debaixo do chuveiro, a fiz me olhar dentro do olho,
apertando-a, fazendo-a sentir o meu pau clamando por seu corpo. Ela tentou me
empurrar, lutar contra mim, e ela era bem forte. Quase conseguiu se
desvencilhar, mas quando a segurei pelos cabelos percebi que ela havia se
lembrado daquela noite.
Encostei-a na
parede e a beijei. Fiz com que ela de desfalecesse em meus braços ao toque dos
meus lábios, nossas peles roçando e meu membro duro exatamente onde deveria
estar. Depois virei-a de costas e comecei a morder seu pescoço e ombros,
deslizando minhas mãos pelos seus seios, apertando levemente e acariciando seus
mamilos. Ela gemeu intensamente enquanto se apoiava na parede. Fazia pressão em
suas costas, roçando meu pau duro em seu traseiro. Minhas mãos passeavam também
pela sua barriga até que cheguei aonde eu queria: sua intimidade.
Senti seus pelos
em meus dedos e os acariciei levemente, sentindo seu corpo tremer. Minha mão
era suficientemente grande para envolver toda aquela flor e eu a toquei por
fora para deixá-la tão louca quanto eu estava. Alcancei seus lábios com os meus
e a beijando comecei a masturbá-la. Ela gemia e tremia em minhas mãos. Eu não
conseguia parar com aquilo. Vê-la se desmanchar em minhas mãos era mais do que
eu poderia imaginar.
Ela virou-se de
frente para mim e me beijou mais forte. Estávamos explodindo de tanto tesão.
Nossos gemidos eram altos, fortes e excitantes. De pé, levantei-a e fiz com ela
me abraçasse com suas pernas e coloquei meu membro dentro de sua vagina. O
encaixe não poderia ter sido mais perfeito. Mesmo com tudo ali escorregando
conseguimos nos movimentar de forma satisfatória. Eu entrava e saia de dentro
dela enquanto ela puxava meus cabelos com força, ora me olhando com aquela cara
de prazer, ora me beijando loucamente. Quando chegamos ao orgasmo estávamos com
os rostos colados, nos olhando, um vendo a cara do outro de prazer.
Foi perfeito!
Foi de enlouquecer. Olhei pra ela e disse:
- Siga-me!
- Está bem...
Vestimos-nos
ainda molhados. Coloquei as coisas dela jogadas mesmo dentro da bolsa que ela
trazia e sai puxando-a pelo braço até o meu carro. Ela olhou pro dela e
balançou a cabeça, com um sorriso meia boca. E era a primeira vez que eu via
aquele sorriso. Era muito bonito.
Entramos e
seguimos para um hotel de luxo que ficava um pouco distante dos olhares
curiosos. O local era discreto e eu era amigo do dono. Aquela mulher merecia um
quarto de rainha.
Do carro liguei
e fiz uma reserva em nome de Jack Black (esse era meu codinome pro gerente do
hotel). Entramos pela garagem, onde já tinha um funcionário a minha espera. Ele
nos levou até o elevador reservado até a suíte presidencial da cobertura.
Mal fechei a
porta já fomos nos agarrando, nos beijando, explodindo em paixão. Sarramos
atrás da porta do quarto, deixando nossas mãos pegarem em todas as partes dos
nossos corpos. Ela não parava: apertava-me inteiro a ponto de me machucar, mas
eu não sentia dor, eu sentia prazer.
A coloquei em
meus braços e a deitei na cama. Tirei de novo toda a minha roupa e despi-a
delicadamente de tudo o que a cobria. Deitei-a e peguei uma garrafa de
champagne que estava em cima da mesa de cabeceira. Abri a garrafa e, em vez de
colocar nas taças, fiz questão de beber tudo no próprio corpo dela. Despejei em
seus seios e os lambi vorazmente. Ela gemia e me segurava, pedindo mais. E eu
dei mais o que ela queria. Derramei mais líquido em sua barriga e fui bebendo,
lambendo tudo o que eu podia. Ela me olhou e, entre gemidos disse:
- Estou louca de
vontade de sentir a sua língua em mim...
Sorri malicioso
e derramei o líquido em seus pelos pubianos e bebi... Bebi o mais delicioso
champagne que poderia existir. Quanto mais eu derramava e lambia, mais ela
gemia e pedia que eu a possuísse com minha língua.
Larguei a
garrafa no chão e ajoelhei-me na cama. Coloquei um travesseiro nas costas dela,
na parte dos ombros e elevei seus quadris apoiando-os em meu peito. Enterrei
meus lábios naquela buceta linda e gostosa e comecei lambendo a parte de fora.
Ela era depilada na parte de baixo. Era tão lisinho, tão macio que eu não
conseguia parar de lamber e morder os lábios externos. Só que o cheiro gostoso
que ela exalava me chamava para ir mais fundo e eu não pude mais esperar.
Toquei seu clitóris com a ponta da língua. Ela deu um gemido alto de
satisfação, dizendo:
- Isso mesmo,
menino mal! Quero tudo o que você puder me dar com essa boca gostosa...
Então, com
movimentos circulares explorei aquele ponto de prazer. Girava de leve e depois
rapidamente. Depois fiquei a sugar o clitóris, alternando com leves toques do
meu nariz e mordiscadas. Penetrei-a com a língua, tocando suas pernas e seu
bumbum, ouvindo seus gemidos, vendo-a tocar e apertar os próprios seios, lamber
e morder os próprios lábios, até entrar em desespero total. Estava gozando com
o aquela sessão gostosa de sexo oral. Ela
se contorcia, tremia completamente entregue a mim.
I understand,
that you don't got no plan
And I just want to take your hand
And I need you to understand
That I got everything perfectly more than you want
If I get it all inside work that body
(You got it)
And I just want to take your hand
And I need you to understand
That I got everything perfectly more than you want
If I get it all inside work that body
(You got it)
Whatever you
want, oh
We got it
We got it
Eu percebo que você não tem plano algum
E eu apenas quero pegar sua mão
E eu preciso que você entenda
Que eu tenho tudo perfeito, mais do que você quer
Se eu colocar tudo dentro, mexa esse corpo, pegue tudo
(Você entendeu)
E eu apenas quero pegar sua mão
E eu preciso que você entenda
Que eu tenho tudo perfeito, mais do que você quer
Se eu colocar tudo dentro, mexa esse corpo, pegue tudo
(Você entendeu)
O que você quiser, oh
Conseguimos
Conseguimos
Após o prazer
ela me olhou. Levantou-se devagar e sensualmente. Saiu da cama e caminhou até o
pequeno frigobar. Abaixou-se, empinando seu bumbum diretamente para mim. Aquela
visão era o céu. Ela gostava de me provocar, sabia me provocar (e quando fazia
essas coisas o meu pau ficava mais rígido, parecendo que iria explodir).
Fiquei feito um
bobo olhando praquela bunda toda e os “detalhes” apontados para a minha
direção. Ela pegou alguma coisa lá e virou-se. Olhou-me com cara de safada e
fez sinal de “vem cá” com os dedos pra mim. Apontou pro sofá e me mandou
sentar. Obedeci!
Sentei numa
posição em que ela parecia ser bem mais alta que eu. Seus seios vistos de cima
pareciam mais atrativos, como um ímã para as minhas mãos. Até tentei tocá-los,
mas não permitiu. Eu ainda fiz cara de pidão, mas não deu certo.
Lunna virou-se,
foi até sua bolsa e tirou algo branco de lá. Também pegou as coisas que tirou
do frigobar e voltou. Ajoelhou-se na minha frente e começou a usar técnicas que
eu nunca imaginei que existissem.
Primeiro Lunna
me presenteou com seus beijos deliciosos, porém, sem permitir que eu a tocasse
(quando tentei, ela logo me afastou). Suas mãos estavam tocando minhas coxas,
apoiando o peso do seu corpo. Ela terminou o beijo e sentiu o calor da minha
pele, alisando minhas pernas lentamente. Comecei a ficar arrepiado com aquilo.
Estava ansioso.
Ela abaixou-se e
pegou a coisa branca que tirou da bolsa. Um colar de pérolas. Um colar de
pérolas? Como assim? Lunna começou a massagear delicadamente meu pênis com a
jóia e a sensação era indescritível. Seja lá o que fosse eu estava
completamente paralisado com aquilo. Era sensacional! Eu olhava pra ela
impressionado e ela me devolvia olhar com certo mistério. Lunna era concentrada
e dedicada até nisso.
Depois ela
mudou. Pegou dentro do copo uma pedra de gelo. Começou a passar em seu pescoço,
me olhando. Depois fechou os olhos e desceu a pedra por entre os seios, me
deixando latejando de tesão. E eu só olhava, com meu coração batendo acelerado
e quase saindo pela boca. Ela também deslizou a pedra nos bicos dos seios,
gemendo baixinho. Depois subiu e deslizou a pedra nos lábios, colocando na boca
logo em seguida. Ficou com ela ali e alguns segundos e depois, quando eu pensei
que nada mais me surpreenderia naquela noite, Lunna me “frustrou”.
Com a pedra ainda
na boca ela massageava meus testículos com carinho. Segurou meu pênis
firmemente, tirou o gelo da boca e envolveu meu membro dentro de sua boca
gelada. Eu gemi tão alto que pareceu um grito de dor. Lunna estava me sugando e
o toque de seus lábios e língua gelados intensificava as sensações do sexo oral
que ela fazia ali tão divinamente. Ela me olhou e viu o quanto eu estava louco.
Sorriu, chupou um pouco mais a pedra e voltou a me sugar. Fazia o movimento com
ajuda das mãos: uma no pênis, a outra massageando meus testículos. Chupou mais
um pouco o gelo e presenteou minhas “bolas” com belas e deliciosas chupadas.
Era surreal.
Ela continuou a
me chupar daquele jeito gostoso, me deixando cada vez mais excitado. E quanto
mais ela me sugava, mas ela também se excitava. Ela olhava pra mim, olhava pro
meu membro e caia de boca, louca. Era como se fosse um sorvete gigante e ela
uma pessoa que há anos não experimentava um.
Eu não via a
hora de penetrá-la de novo. Segurei-a e a fiz levantar-se. Trouxe-a pra perto de mim. Ela se ajoelhou no
sofá, abrindo as pernas e sentando em minhas coxas. Posicionei-a de forma
confortável e em seguida penetrei-a. O encaixe, mais uma vez, foi perfeito. Ela
rebolava, cavalgava no meu pau. Eu a puxei pra mais perto e comecei a sugar
seus seios loucamente. Arranhava suas costas e a fazia sentir a pressão que eu
trazia no meio nas minhas pernas.
Ela gostava
daquilo, ela gostava de ser penetrada por mim. Seus olhos diziam isso. Seus
gemidos, seu corpo suado e trêmulo confessavam o desejo que ela sentia. Segurei
forte seu quadril e continuei a fazê-la cavalgar. Era gostoso, quente,
apertado. Ficamos naquela dança sentindo nossos cheiros e fluidos se misturarem
por um bom tempo.
De repente Lunna
parou e se levantou. Tirou-me do meu conforto, ajoelhou-se de frente pro sofá e
me olhou mais safada ainda. Queria que eu a penetrasse de costas. Ela estava de
quatro, com a bunda virada pra mim de novo. Ah, aquilo me deixava quase sem ar.
Não pensei mais e coloquei tudo dentro dela.
- Meta com
força!
Foi o que ela
disse e eu obedeci. Meti gostoso e fui intensificando, até chegar aonde ela
queria que eu chegasse. Força e mais força, mais e mais profundo. Ela gemia
alto, forte, e pedia mais, pedia que eu metesse tudo, que eu fosse o homem
dela. Eu não agüentava mais. Ela também não. Gozou gostoso, alto e bem molhada
antes de mim. Mesmo gozada ela queria que eu continuasse metendo. Ela
implorava. Continuei até que gozei em seguida.
Minhas pernas
tremiam. Ela estava visivelmente cansada, mas realizada. Mesmo cambaleando a
levei até a cama.
Depois fui ao
banheiro e preparei um banho quente pra nós dois. Deitamos na banheira,
relaxamos e trocamos beijos carinhosos e algumas sessões de toques.
Em seguida
deitamos de conchinha e tivemos uma excelente noite de sono. Aquela seria uma
noite pra nunca mais ser esquecida.
* *
Acordei com o
celular tocando. Estava cansado, com muito sono. Quase não consegui abrir os
olhos. Vi que era o Kellan me ligando e não atendi. Aquele não era o momento
pra fofoca.
Tateei a cama
e... ELA NÃO ESTAVA LÁ! Pulei da cama e corri pro banheiro. Ela não estava lá
também. Olhei pra tudo que era lado e nada.
- MAS QUE
MERDA!!!
Chutei minhas
roupas e quase quebrei um vaso. Nunca pensei que fosse ficar tão irritado com
uma pessoa como eu estava com a Lunna. Depois de toda aquela noite louca e
inesquecível a infeliz some? O que ela tem na cabeça?
Liguei pra recepção
e ninguém soube me dizer uma palavra. Procurei algum papel, algum sinal dela e
também não tinha nada.
Puto eu fui
embora. Passei em frente ao estádio e o carro dela não estava lá. Fui à
academia e nem sinal também. Perguntei ao Sr. Carter aonde ela dava aulas e ele
disse que não sabia. Pedi o telefone dela, e ele me disse que não poderia dar
essa informação. Insisti, mas não teve jeito. Eram as regras do lugar.
Decidi procurar
em cada escola daquela cidade imensa, mas lembrei que era um maldito sábado.
Gritei com raiva dentro do carro, dei socos no painel e quebrei a merda do meu
som.
Mas se ela
pensava que eu iria desistir, ela estava enganada. Com a ajuda do Kellan (que
me fez contar pra ele, pro Jack e pro Rob onde e com quem eu passei a noite) consegui
umas listas telefônicas e começamos a ligar pra tudo quanto era escola da
cidade. Eram muitas, muitas escolas, mas conseguimos encontrá-la.
Fui até a Saint
Claire High School, uma instituição privada, e consegui falar com um dos
diretores. Ele me informou que ela estaria lá apenas na segunda-feira e, como
de praxe, se negou a me dar seu telefone ou endereço. Que mulher difícil era
aquela. E por que ela agia assim? O que eu fiz de errado?
Voltei pro hotel
chateado demais. Tomei um banho e pedi meu jantar, mas não consegui comer. Os
caras foram dar uma volta pela cidade e me chamaram. Eu fui, mas sem muita
vontade de farrear.
- Vamos lá
Taylor, hoje é você quem manda! – disse Rob.
- Você é o nosso
herói! – completou Jack.
- Vamos beber
hoje em sua honra. – disse Kellan.
- Comemorem a
vontade. Vou ficar só olhando. – disse eu.
- Como assim “só
olhando”? – questionou Jack.
- Ah cara...
Acho que fiz algo de errado. Não é normal mulher fugir assim, ainda mais depois
do que aconteceu ontem. – falei.
- Nossa! Desse
jeito me sinto uma mulherzinha, louco pra saber dos detalhes. – riu Jackson.
- É, morra! Eu
não vou contar! – respondi sério.
- A gente
imagina não se preocupe. Não é tão difícil assim vindo daquela deusa e também
pelo seu estado deprimente... – falou Kellan.
- Quer apanhar,
rapá? – disse eu olhando sério pra ele.
- É
brincadeirinha, doggy-doggie! – acalmou-me Kellan, mesmo usando esse apelidinho
ridículo que ele me deu.
- Acalme-se,
rapaz! Hoje a gente sai, comemora sua vitória, e na segunda você vai
procurá-la. Simples! – disse Rob – basta você ser um pouco mais paciente.
- É isso aí! Eu
concordo. – disse Jack.
- Então, aonde
vamos? – Kellan perguntou.
- Tem um bar na
orla, vamos conhecer? – sugeriu Rob.
- Eu topo! Beber
perto do mar é sempre muito interessante. Nunca se sabe quando podemos precisar
de uma areia fofa e de água quente. – riu Jackson.
Fomos até o tal
bar. Era tranquilo, sem muita movimentação, ideal pra gente que queria calma,
sossego e nada de atenção. A decoração era havaiana, com as paredes de vidro de
frente pro mar com descida pra praia. Era como Jackson havia falado, caso
precisássemos de um lugar pra “se alterar”.
Sentamos numa
mesa de frente pra vista. Pedimos algumas cervejas e petiscos. Conversamos um
bocado sobre trabalho e sobre os treinamentos pras cenas de ação que viriam. Os
caras comentaram também sobre seus casos amorosos, menos o Robert, que não
gostava de falar da Kristen em público (mesmo estando somente nós ali. Nunca se
sabe quem pode estar ouvindo).
Quando a bebida
estava em alta concentração em nosso sangue o Jack sugeriu descermos, e foi o
que fizemos. Fomos até a praia, tiramos os sapatos e sentamos lá. Ficamos
bebendo e jogando conversa fora, rindo feito uns idiotas, quase rolando na
areia. Começamos a cantar umas canções inventadas pelo Kellan. Estávamos
embriagados.
De repente eu
vejo uma pessoa correndo na orla. Àquela hora? Bermuda branca colada, um casaco
também branco, cobrindo a cabeça, de tênis e meias, os fios brancos do iPod pra
lá e pra cá... O QUE AQUELA LOUCA FAZIA CORRENDO ÀQUELA HORA DA NOITE? Ela não
nos viu. Sua concentração era uma característica muito forte.
Levantei
rapidamente. Os caras não entenderam nada e ficaram observando, silenciando
assim as risadas. Fui andando, tentando coordenar meus movimentos, até onde eu
podia alcançar. Como estava desequilibrado pela embriaguez gritei:
- HEY!
Ela nem olhou.
Claro! Estava com os ouvidos tampados. Corria e se distanciava ainda mais. O
jeito foi correr também. Tentei me concentrar – não como ela – e fui! Corri até
que eu a alcancei. Segurei-a e a derrubei no chão. Ela reagiu, levantando-se da
areia e olhando pro seu agressor. Quando viu que era eu balançou a cabeça com
ar de ironia e com raiva.
- Levante-se!
- O que? –
perguntei.
- LEVANTE-SE! –
ela disse mais alto e firme em seu tom de voz.
- Ok!
Obedeci. Quando
de pé fiquei, levei um empurrão e quase cai de novo. Ela ficou me empurrando
com força e me dando tapas, o que me fez sair do estado de embriaguez. Só parou
porque eu segurei seus braços com força.
- Qual é o seu
problema? – ela gritou.
- MEU? Eu que
pergunto: qual o SEU problema? O que eu te fiz de mal pra você sumir desse
jeito, sem me deixar pistas?
- Você já teve o
que queria agora me deixe em paz! – falou Lunna.
- Como assim?
Quem tipo de homem você pensa que eu sou?
- O tipo que
paquera uma garota e anuncia pro mundo inteiro que é um pegador.
- Você está
falando da revista?
- Claro que eu
to falando disso, ou o que?
- Não fui eu
quem fez aquilo. Pensei que você fosse esperta o suficiente pra saber disso.
- Isso não me
interessa. Estou trabalhando duro em meus treinos, quero ganhar essa corrida e
não vou permitir que um envolvimento com você estrague tudo.
- Ahn?
Finalmente eu
entendi o motivo daquele comportamento. Ela tinha medo do fato de que estar
comigo pudesse prejudicá-la e isso era a última coisa que eu desejava.
- Você pode ser
mais clara?
- Posso! Claro
que posso! Venho treinando há meses, treinamentos intensos e exaustivos, até
que você e seus amigos aparecem na academia. Até aí tudo bem, eu não tava nem
dando a mínima para o que vocês são ou o que fazem. Mas então algumas pessoas
descobriram que eu treinava no mesmo lugar que os grandes astros “blá blá blá”
e começaram a me perturbar, me ligar, querendo saber o que eu sabia sobre
vocês. Outras pessoas começaram a especular coisas sobre mim, sobre o que eu
realmente estava fazendo ali. Eu não liguei até certo ponto, até que aquela
maldita foto apareceu e o mundo inteiro caiu na minha cabeça. Tive que mudar
todo o meu esquema de treinamento pra poder fugir disso, mas você me encontrou
e o que eu sentia e o que era só meu de repente escapou do meu controle...
Ela falou isso
tudo assim, rápido e raivosamente. Ela estava possessa, nervosa, colérica com a
situação. Estava tudo muito claro.
- Então, quer
dizer...
- O QUE? – ela
gritou.
- Calma! Só
quero saber de uma coisa...
- Então
pergunte. – disse ela bufando, o que me deu até medo, mas eu estava curioso
demais.
- Então quer
dizer que... Bem... – eu parei, olhei pra ela, que me encarava séria e
respirando fundo – você vai me achar um idiota por querer saber, mas...
- Para de
enrolar!
- Ta!
Desculpa... Só quero saber se você já tava me paquerando antes de eu te
procurar. – era agora ou nunca.
Ela me olhou,
depois olhou pros lados, revirou os olhos em sinal de ironia e respondeu:
- Eu te faço a
mesma pergunta: Que tipo de mulher você pensa que eu sou? Você acha que eu sou
como essas babaquinhas que te seguem e gritam pelo seu nome sempre que te vêem?
- Não é isso, é
que eu...
- CLARO QUE EU
TAVA TE PAQUERANDO, SEU IDIOTA! Seus amigos me secavam o tempo todo, mas eu
tava afim de você. O grandão me viu te secando um dia, percebeu no ato quem me
interessava.
Tentei chegar
perto dela, mas ela se afastou. Continuou a falar...
- No começo eu
tentei não pensar muito, não idealizar nada. Via vocês juntos e o pandemônio
que a sua presença causava na academia todos os dias. Esse lance de fama, de
gritaria, sabe? Isso é louco demais. Tem muita mulher no seu pé. Você podia se
achar o cara mais gostoso do mundo. Poderia também pensar que eu era uma
oportunista de estar ali sempre perto. Por isso que eu me fechei, me isolei
completamente... – ela calou.
- Sim...
Continue... – encorajei-a a continuar. Eu queria saber de tudo.
- Mas eu fui
percebendo com o tempo que não era assim.
Vocês não eram o “bicho papão” que eu pensei que fossem. Estavam sempre
rindo, brincando, sempre atenciosos e educados com as pessoas... Não havia
estrelismo e nem deslumbramento... Mas também não queria ser mais uma figurinha
no seu álbum, sabe? Já tinha decidido procurar outro lugar pra treinar, mas aí
o grandão mandou um convite pelo Sr. Carter e eu resolvi pagar pra ver no que
isso iria dar.
- Você se
arrependeu?
- Sinceramente,
eu não pensei nisso ainda. Estava focada nos meus treinos, na corrida que será
em dois meses e de repente você me aparece e a gente faz o que fez...
- Do que você
tem medo?
- De tudo! De
você. Disso que aconteceu estrague meus planos. De parecer que sou uma
oportunista...
- Pare com isso.
Sabemos que você não é nada disso. – falei pra ela suplicante. Não queria que
ela partisse.
- Mas o mundo
não sabe. – ela foi enfática. O medo era forte em seu olhar, ao mesmo tempo em
que existia também a dor de, quem sabe, desistir do que estávamos vivendo. –
olha só... Eu preciso ir embora. Preciso pensar nisso tudo.
- Entendo... –
respondi com certo pesar na voz, o mesmo que sentia dentro de mim.
- Se acaso se
lembrar do que conversamos agora, me procure quando não estiver fedendo a
cerveja.
Ela saiu na
direção oposta a que vinha. Foi andando calmamente pela orla. Deu um sonoro
“boa noite” aos rapazes, que responderam educadamente. Ela seguiu lentamente
até sua silhueta desaparecer na escuridão. Voltei para onde estava...
- Nossa!
Surpreendente! – disse Jack.
- Ouvimos tudo.
Sorry! – disse Rob.
- As mulheres...
Meu Deus... Elas são realmente muito especiais. E esse exemplar, nossa... –
dizia Kellan, admirado – é realmente único.
- É o tipo de
mulher a qual se vale à pena lutar. – disse sabiamente Rob.
- Isso é um
conselho? – perguntei.
- Não! É uma
ordem. – respondeu Rob.
Levantamos,
pagamos a conta e voltamos pro hotel. Mal consegui dormir com as palavras de
Lunna em minha cabeça. E quando peguei no sono sonhei com ela.
* *
Na segunda pela
manhã eu fui até a escola em que Lunna dava aulas. Tentei ser o mais discreto
possível pra não chamar a atenção dos alunos e nem do resto das pessoas. Fui
até a sala do diretor, que mais uma vez me recebeu bem. Ele me mostrou a
escola, falou um pouco da instituição e me levou até a sala de dança. Ela
estava lá, linda e exuberante, vestida em um collant preto, meias de dança
também pretas e descalça acompanhada de várias alunas entre seus 12 e 13 anos.
Ela estava ensinando alguns passos praquela garotada toda. O diretor
interrompeu a aula e a chamou:
- Srta. Benner?
- Sim, senhor
diretor.
- Você tem
visita.
Apareci
discretamente pela fresta da porta. Eu nunca tinha visto a cara dela daquele
jeito: era um misto de surpresa, timidez e até indignação. Pediu que as meninas
continuassem dançando e rapidamente ela veio até mim.
- Pronto Sr.
Murdock.
- Este rapaz te
procura desde o sábado, mas como você sabe não podemos dar seu endereço sem sua
permissão.
- Fez mais do
que certo Sr. Murdock.
- Então, podem
ficar a vontade.
- Obrigada!
O Sr. Murdock
saiu, nos deixando a sós pra conversar. Ela me deu aquela fuzilada com o olhar
e começou:
- Aqui na escola?
- Bom você não
me deu seu telefone, nem seu endereço. Deu-me permissão pra te procurar, mas
não me disse onde. Então eu vim pro lugar que eu sabia que te encontraria sem
problemas e que eu sei que você não poderia fugir.
Ela me olhou com
uma cara que eu nem sei descrever... YES! VENCI!
- Você venceu...
– disse ela quase sorrindo – agora fala logo que eu tenho que voltar pra aula.
- Então... Eu
vim aqui pra te dizer que tomei uma decisão muito, mas muito importante.
- Então fala
logo. – disse ela ríspida, com medo do que iria ouvir.
- Bom naquele
dia você mencionou que tinha medo de se envolver, que também tinha medo de que
isso pudesse prejudicar a sua carreira...
- Sim... – disse
ela fria, com os braços cruzados.
- Então eu
pensei: “eu não quero prejudicá-la em momento algum ou por razão alguma. Ela
não merece isso, já que trabalhou muito pra alcançar seus objetivos. Ela é uma
lutadora, uma vencedora, não merece que uma aventura com um cara como eu
estrague seu esforço”. Com base nisso foi que eu tomei uma decisão. – disse
isso com meu peito apertado.
- E qual seria?
– o tom de voz já não era o mesmo, parecia preparada para o pior.
- Bom... Acho
que não vou querer desgrudar de você mesmo, o jeito vai ser a gente namorar.
A sua fisionomia
mudou no mesmo instante. Relaxou, deu um sorrisinho disfarçado, olhou pros
lados e, como naquela noite, começou a me dar tapas e empurrões, até que eu a
fiz parar de novo.
- Qual é,
Lunna...
- Precisava
enrolar tanto? Eu posso ser cardíaca, sabia?
- Ah, se você
fosse cardíaca não seria triatleta.
- É, mas bem que
depois dessa eu poderia “virar”.
- E então?
- Então o que?
- Minha Santa
Queropita! Você ouviu o que eu falei?
- Ouvi sim, mas
tem uma condição...
- E qual é essa
condição?
- Nada de mídia!
Nada de exposição, pelo menos até depois da competição.
- Concordo!
- E mais uma...
- O que?
- Pede pros seus
amigos pararem de ficar me secando o tempo todo. É muito chato ser gostosa,
sabe?
Ao terminar a
frase a safada estava morrendo de rir. Não resisti aquele sorriso e colei nela,
dando-lhe um beijo. Ela me empurrou de leve, fazendo sinal de “não pode”. Eu
concordei, mas logo em seguida propus...
- Bom, como SEU
NAMORADO, acho que vou ter que coletar algumas informações importantes a seu
respeito.
- Que
informações?
- Seu telefone e
endereço, primeiramente.
- Ah sim...
Isso!
- Claro!
- Ok. – disse
ela, me dando todos os seus dados, os quais anotei em meu celular – Satisfeito?
- Satisfeitíssimo.
Passo na sua casa mais tarde, ok?
- Ok.
Dei-lhe um
selinho demorado e afundei meu rosto em seu pescoço perfumado. Fui embora da
escola feliz da vida. Liguei pro celular dela, pra confirmar seu número. Ela
riu. Voltei pro hotel e lá contei a notícia aos rapazes. Eles ficaram felizes
ao saber da novidade. O Robert tinha razão: era uma mulher a qual se deveria
lutar.
Dois meses depois...
Los Angeles,
EUA.
O sol estava
quente demais naquele dia. As ruas estavam lotadas de gente de todas as partes
do mundo, a maioria fãs do esporte e curiosos. Os atletas já estavam na
terceira e última fase da competição: a corrida. Eram os últimos mil metros.
Lunna estava concentradíssima, como sempre. Estava entre as cinco primeiras
colocadas. Eu estava muito nervoso, com os pais da Lunna ao meu lado, que
estavam também muito ansiosos.
Finalmente
conseguíamos ver as atletas se aproximando nos últimos 300m. Foi então que
percebemos que ela estava agora entre as quatro primeiras. Levantamos e
começamos a gritar:
- Vai Lunna!
Corre! Você consegue! Vaaaai!!!
Era só isso que
conseguíamos dizer. De repente ela começou a acelerar o passo. Parecia muito
cansada, mas tirava a força não se sabe de onde. Correu mais e mais e
ultrapassou a garota que estava em terceiro. Vibramos e continuamos a gritar.
Nos últimos 100m
ela conseguiu passar a moça que estava em segundo lugar. Infelizmente ela não
alcançou a que estava em primeiro por muito pouco, mas estávamos muito felizes
de ver que a nossa Lunna havia conseguido cruzar a linha de chegada em segundo
lugar em sua primeira competição internacional.
Os pais dela
choravam de felicidade e eu engrossei esse “caldo”. Eu estava muito orgulhoso
da minha gata. Abraçamos-nos e pulamos muito. Lunna chorava de felicidade.
Estava exausta, seu corpo demonstrava isso, mas estava realizada.
Olhou para todos
os lados até nos encontrar. Jogou um beijo pro pai, depois um pra mãe e por
último pra mim. Eu olhei todo bobo pra ela e joguei outro beijo de volta.
Na hora da
premiação eu a surpreendi. Fui até o pódio e pedi permissão pra entregar aquela
medalha, a primeira de muitas e a mais importante, a qual significava ser a sua
primeira vitória. Quando ela me viu não acreditou. Todos os flashes estavam
voltados para nós. Sorri, fui até ela, coloquei a medalha e tirei-a do pódio,
dando-lhe um beijo na boca na frente do mundo inteiro. Ela não fez objeção, só
me abraçou.
- Agora podemos
parar de nos esconder?
- Só um
pouquinho. – disse ela – eu gosto da discrição.
- Concordo.
Parabéns! Você mereceu.
- Obrigada.
Abraçamos-nos e
nos beijamos de novo. Depois saímos dali e comemoramos em família com os pais
dela.
Foi a primeira
de muitas corridas que eu acompanhei. Sentia-me, enfim, completo.
FIM
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