Beber para Esquecer
Depois
que desliguei o telefone, cai no sofá de tanto sono que estava. Eu já havia
perdido completamente a noção de horário e da minha vida. Eu estava
completamente morta de fome, pois a última coisa que havia comido tinha sido um
pacotinho de biscoitos. Peguei outro daqueles, comi silenciosamente e dormi.
Deveriam ser já umas 2h da tarde.
Acordei
mais tonta do que estava antes de dormir. Eram quase 1h da manhã e eu estava
desesperadamente faminta.
Fui
até a cozinha, peguei ovo, salsicha, e tudo o que tinha na geladeira e joguei
na panela. Deixei por alguns minutos no fogo e comi. Juro pra vocês foi a
comida mais exótica e saborosa que comi. Minha mãe estava certa: Quem sente
fome como até pedra.
Voltei
a dormir. Eu realmente havia ficado muito tempo sem dormir e eu precisava
compensar esse tempo. Acordei novamente era 4:30 da manhã. Meu relógio
biológico já estava completamente desregulado. Eu não sabia mais o que era dia
e o que era noite, quem precisa de drogas se eu já estava drogada? Não consegui
dormir novamente e o que eu temia estava acontecendo. Taylor não saia da minha
cabeça, e consequentemente, mas lagrimas não saiam do meu rosto.
Peguei
meu notebook para tentar me distrair. Computador e internet realmente não me
prendiam! Os únicos sites do meu histórico eram sites de fofocas, e tudo isso
só me lembrava quem eu queria esquecer.
Eu
realmente amava Taylor, por que Rose fez isso? Eu não conseguia entender. É tão
irracional e estupido! Vingança de um amor platônico que ela tem por Robert
Pattinson? Eu só não me vingava de novo por que tinha medo das consequências,
porque vontade era algo que eu tinha de sobra.
Fiquei
observando o vazio e meditando minha desprezível vida. Taylor realmente merecia
alguém melhor que eu. Anny, a mentirosa, falsa e sem amigos. Eu o amava e
queria o melhor para ele, por isso decidi não ir mais atrás dele. Quem era eu
perto dele? Uma nada.
Lágrimas,
Lágrimas e mais Lágrimas.
Liguei
para Ashley e pedi para ela vir mais cedo por que eu estava em um estado
deplorável.
- Ah Anny, eu to indo ai agorinha para você me
explicar tudo o que aconteceu! Primeiro a gente vai numa cafeteria, você se
afoga no chocolate, me conta e depois a gente se afoga na bebida, tá bom assim,
xuxu?
Não
adiantava o quão triste se estava. Ashley sempre me fazia rir.
- Tá
bom Ash...
- e você precisa comer alguma coisa
menina! Aonde já se viu ficar sem comer assim?! Droga! Ainda são 7h da manhã e
não tem pizzaria aberta, mas eu vou ver o que posso levar você comer. Você sabe
né amiga? Saco vazio não para em pé!
- Tá bom Ash... até
depois.
Não
demorou nada e Ashley chegou. Como ela não achou nenhum fast food aberto a
aquele horário, fomos para uma cafeteria. Eu contei para Ash toda a história, e
pela primeira vez, ela ficou séria para me ouvir e apoiar, sem fazer aquelas
piadinhas e surtadas básicas. Ela era uma ótima amiga, e a única que eu tinha.
Passamos
o dia todo juntas contando histórias sobre desilusões amorosas, fofocando,
falando mal e xingando muito os outros. Me senti infinitamente melhor me
abrindo e chorando com ela. Ashley, surtada como é não parava de dizer que eu
deveria me vingar, mas isso estava fora de cogitação para mim. Logo o dia
passou e estávamos prontas para ir para a balada, encher a cara e me fazer
esquecer Taylor de vez.
POV Susan
Puta
falta de sacanagem o que a Rose aprontou com a Anny.
Não
me importei de Anny ter me dado um empurrão que me mandou para o chão. Ela
estava com a razão e tinha mesmo que quebrar a cara da Rose... Tá legal, o
Jared mereceu também. Não achei nada justo o que ela estava passando. Eu via a
cara dela de felicidade quando estava saindo com Taylor, ela era uma pessoa
mais feliz, e ela merecia isso.
Naquela
manhã, sem ninguém ver, entrei na sala de Jared. Ele não havia chegado ainda.
Talvez porque ele deveria ter saído com aquela modelo com qual ele sai de vez
em quando. Imagine o babado que vai ser quando ele descobrir que ela é
travesti!
Me
aproximei sorrateiramente da mesa de vídeo de Jared, com um espanador na mão,
tentando parecer que eu estava limpando ali. Era bem cedo, as câmeras de
segurança ainda estavam desligadas, mas alguém poderia entrar. Abri a gaveta da
mesa e peguei a agenda de Jared, que era uma cópia exata da agenda da Anny. Com
toda certeza, o número de Taylor estaria lá. Anotei no meio de umas folhas
minhas e sai dali o mais rápido que pude.
Quando
estava saindo da sala de Jared, me deparei com Rose. Lembrando: Ela ainda era a
retardada boboca de sempre, porém agora com alguns arranhões e leves hematomas
roxos causados por Anny.
-
Susy! Como você tá sua fofa?
-
Eu? Bem obrigada - sorri e tentei parecer natural
- O
que fazia na sala do Jared? - Ela de repente, apesar do sorriso, pareceu um
pouco mais esperta do que era de fato.
-
Limpando ué, Eu sou redatora, mas aqui eu faço de tudo – Revirei os olhos,
porque não era mentira.
- Eu
sei, só estava brincando.
Passei
por ela e ignorei. Peguei o papel onde estava anotado o telefone de Taylor e
guardei no bolso.
...
O
dia se arrastou, mas enfim acabou. Eu estava agora em casa, de frente ao
telefone, com um papel no qual se lia “Taylor Lautner” seguido de um número,
nas mãos. Eu estava apreensiva, já pensou que tudo falar com ele? Mas assim que
eu falasse com ele e dissesse o que precisava, eu me livraria do papel. Seria
tentação demais ter o número dele para mim.
Disquei
os números e esperei. Ninguém atendia. Resolvi deixar recado.
POV Taylor
O
Telefone estava tocando, e sem chance que eu iria atender. Eu não tinha forças
o suficiente para falar com Anny agora, e se fosse algum repórter pedindo que
eu esclarecesse essa história, eu seria obrigado a ser ignorante. Não atendi,
mas quem ligava deixou um recado e eu ouvi pela secretária eletrônica.
‘Oi Taylor, meu nome é Susan... Eu
trabalhava com a Anny, não trabalho mais por que ela se demitiu. Olha, não foi
ela quem me mandou fazer isso, juro que só vou dizer o que tenho a dizer e não
vou mais te incomodar. Acontece que eu não achei justo o que a Rose, a garota
que falou com você sobre a Anny, fez com ela. E ela só fez isso para se vingar
por que a Anny não a levou para conhecer o Robert Pattinson.
Eu sei que você não tem o mínimo motivo
para acreditar em mim, uma garota que você nem conhece, mas a Anny está
sofrendo por que ela realmente te amava. Eu via no seu rosto a felicidade dela
quando ela estava saindo com você, e olha que ela era uma garota muito, mais
muito amarga. Porém ela é uma ótima pessoa, que realmente te ama, mas ela tinha
esse ‘segredo’ que ela queria esconder de você, mas ela se demitiu para ficar
com você!
Obrigada por me ouvir, se é que ouviu.
Eu tenho certeza que vai pensar a respeito e fazer o que julgar certo.
Susan’
Perai!
Ela havia se demitido para ficar comigo? Dessa eu não sabia.
Eu
também realmente a amava. Ela era diferente de todas as outras garotas que
conheci. Eu também queria ficar com ela, mas se havia uma coisa que eu
detestava, era mentiras.
Tentei
correr até o telefone, mas quando cheguei a ligação já tinha caído.
Peguei
o numero de telefone da garota chamada Susan e retornei a ligação.
- Alô?
-
Oi. Susan é o seu nome não é?
- Sim, quem fala?
- É
o Taylor – Houve uma pausa, ela estava provavelmente raciocinando que ela
estava no telefone com Taylor Lautner, no caso eu.
- É-É Oi
-
Olha, eu ouvi sua mensagem. Você sabe aonde eu posso encontrar a Anny? Ela não
atende nenhum dos telefones
- Ela só pode estar em um lugar: Enchendo o
caneco na balada.
-
Ela faz muito isso?
- Principalmente quando esta magoada ou
deprimida. Mas ela estava mais do que isso. Você precisava ver como ela chegou
aqui ontem, queria arrancar a cabeça da Rose, aquela que contou tudo para você.
Acho que ela vai encher a cara além da conta. Ela chorava muito, parecia estar
muito magoada mesmo.
Cada
palavra dela me atingia. Como fui um idiota assim de acreditar mais na garota
que a denunciou do que na garota que eu amo? Anny estava mal e a culpa era
minha...
-
Caramba... Eu estou me sentindo tão culpado... Você sabe em que balada eu posso
encontra-la? Qual ela mais frequenta?
- Ela geralmente frequenta aquela boate ‘Bad
Girls Night’... – Ela disse. Eu não conhecia, mas o nome não sugeria boa coisa.
-
Certo, muito obrigado, Susan
- Por nada Taylor. Boa sorte!
POV Anny
Eu
bebia e dançava sem ter ideia ao certo do que tava fazendo. Alguém havia
colocado algo na minha bebida e com certeza eu estava pirada, completamente
pirada.
Ashley?
Cade ela? Deve ta na cama com um dos muitos caras que ela já havia beijado.
Eu
curtia pulando no meio da balada feito uma louca me entupindo de Tequila e Vodka.
Eu cambaleava e mal enxergava os meus pés. Quando eu bebia eu passava da conta,
e quando eu bebia por que estava deprimida, eu passava mais ainda. Nunca tentei
testar meus limites, mas sabia que não seria boa ideia se eu tentasse.
Eu
continuava a beber e a dançar como se não houvesse amanhã, até que um cara,
muito lindo até, loiro dos olhos azuis, usando boné chegou até mim.
-
Anny, vamos embora daqui! Agora! - ele disse disfarçadamente
Perai!
Essa voz! Eu conheço essa voz!
-
Taylor! É você?! - de repente parecia que eu tinha acordado de um transe - O
que você faz aqui?! – Eu disse ainda com voz de bêbada, completamente zonza.
Mas apesar da embriaguez, eu poderia reconhecer sua voz até mesmo em coma.
- Eu
vim buscar você, Anny, precisamos conversar!
-
Tudo bem, pode falar, sou toda ouvidos... - Eu disse enquanto mexia nos cabelos
loiros da peruca que Taylor usava - Hannah Montana! – Comecei a rir como uma
retardada. Eu estava bêbada, mas Taylor estava mesmo parecendo uma versão
barata da Hannah Montana com aquela peruca. Ele respirou fundo, parecendo sem
paciência. Ele deveria estar pensando ‘Droga! Falar com bêbada é igual falar
com criança mimada’, ou coisa parecida.
-
Anny, me desculpa por ter agido daquela maneira com você. Eu... – Ele começou a
falar e de repente, não o ouvia mais. Tudo começou a ficar silencioso, distante
e a minha visão ficou embasada, desfocada e minha nuca começou a ficar quente e
pesada. Só me lembro de ter caído e batido a cabeça com força no chão.
-
Anny?! Anny Acorda! Por favor, Anny! Anny fala comigo! – Taylor gritava mas eu
não tinha forças para responder
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